Lista de doenças

  • RAIVA

Diferentemente do que muitos imaginam, a mordida do cão não é a única forma de transmissão da perigosa doença causada pelo vírus Rhabdovirus. “Basta que cortes, feridas, arranhões profundos ou queimaduras na pele entrem em contato com a saliva do animal para a inoculação do vírus”, explica o veterinário Iveraldo dos Santos Dutra, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Sintomas: no começo nada muito preocupante – você sente um pequeno desconforto local, além de náuseas, vômitos e um pouco de mau humor. O pior está por vir: espasmos musculares na faringe e na laringe, acompanhados de uma dor insuportável ao engolir – o que explica o medo repentino a líquidos característico da raiva. Episódios de violência, gritos, alucinações, insônia e ansiedade atestam a piora no quadro. Nesse estágio, a morte é quase certa.

Como se defender: o local da mordida ou da arranhadela do bicho raivoso deve ser limpo imediatamente com água e sabão. “O vírus da raiva demora um bom tempo para chegar ao sistema nervoso central. Assim é possível se vacinar logo após o ataque e garantir uma boa resposta do sistema imunológico”, conta Dutra.

Dê banho, vacine e dê vermífugo a seu bicho. Senão você vai arrumar sarna para se coçar

  • LEISHMANIOSE

Também conhecida como úlcera de Bauru, a doença é provocada por um protozoário transmitido pela picada do mosquito-palha, diz o veterinário Eduardo Schimidt. O ciclo funciona assim: o mosquito pica o cão, que desenvolve a doença e torna-se transmissor. Um outro mosquito o pica e contamina o homem. O parasita se instala no fígado, no baço e na medula e pode causar a morte.

Sintomas: em seres humanos, podem surgir febre, problemas hepáticos e de pele, sintomas que podem ser confundidos com os da malária. O cão pode apresentar perda de peso, inchaço no fígado e no baço, crescimento exagerado nas unhas e feridas que nunca cicatrizam. Como há casos raros em que essas características não chegam a aparecer, é bom garantir um exame de sangue para constatar a contaminação.

Como se defender: o uso de repelentes que afastam mosquitos ajuda a prevenir a doença. Para seu pet, existe no mercado uma coleira à base de deltramina, repelente que garante seis meses de proteção.

  • LEPTOSPIROSE

Perigosa doença transmitida pelos animais, conhecida como “doença do xixi de rato”, é causada pela bactéria Leptospira. “Ela penetra na pele por meio do contato com a urina do cão, mas também pode ser ingerida em alimentos contaminados e na água”, diz a veterinária Silvia Parisi, de São Paulo. A transmissão ocorre somente em meios líquidos, pois a bactéria não sobrevive em lugares secos. Os boatos de transmissão por latas de refrigerante não têm fundamento.

Sintomas: no ser humano, pode causar um leque de sintomas ou ser assintomática. Podem se manifestar febre, dores abdominais, musculares e de cabeça, vômitos e diarreia. Casos mais complicados apresentam falência renal ou hepática, meningite e deficiência respiratória, o que caracteriza a forma mais grave da doença. No bicho, a urina escura é o sintoma mais característico. Outra reação é o amarelamento das mucosas, como olhos, gengivas e focinho.

Como se defender: “Os ratos são atraídos pela ração e podem urinar perto do comedouro, contaminando o local e, consequentemente, o cão”, alerta Silvia Parisi. Para ter certeza de que a comida do Rex esteja intocada, guarde-a em lugares altos, dentro do saco fechado, e sirva apenas a porção que será consumida na hora. O tratamento da doença, feito com antibióticos, proporciona grandes chances de cura. A vacina garante proteção extra.

  • VERMINOSE

Queixa mais comum das clínicas veterinárias e pet shops, aparece em várias formas e tipos. “Os mais conhecidos são os provocados por ácaris, ancilostomas e tênias”, diz Parisi. Você pode se contaminar por meio do contato das fezes do seu bicho, ao manusear a caixinha deles.

Sintomas: como existem diversas espécies de vermes, os sintomas também são bem diversificados. Observe se seu bicho apresenta sinais de mal-estar, irritabilidade, falta de apetite, cólicas e diarreia. Ataques epiléticos e presença de pelos ásperos também não devem ser descartados.

Como se defender: o tratamento é feito com o vermífugo indicado para cada infestação. Só um exame de fezes pode dizer ao certo o mal que ataca seu amigo.

  • TOXOPLASMOSE

Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, pode ser adquirida pelo homem no contato com água ou alimentos contaminados por fezes de cães e, principalmente, gatos. Para quem goza de boa saúde imunológica, a doença é assintomática. Em indivíduos com doenças que afetem a imunidade, a infecção se agrava, pois o sistema imunológico não consegue combater a doença. Como o parasita ataca músculos, coração, cérebro e retinas, há risco de problemas cardíacos neurológicos e cegueira. O perigo cresce para as grávidas: se a infecção ocorrer durante a gestação, o parasita atravessa a placenta e infecta o feto, levando a aborto e malformações. Como seu pet pode pegar a doença comendo carne bovina ou suína contaminada com o protozoário, essa é uma boa razão para você alimentar seu companheiro somente com ração.

Sintomas: homens e bichos exibem febre, gânglios, órgãos aumentados ou sinais neurológicos, como transtornos visuais.

Como se defender: a doença pode ser tratada se for descoberta a tempo e o diagnóstico é feito através do exame de sangue, segundo o professor Dutra.

  • BICHO GEOGRÁFICO

Doença que afeta apenas os homens, o parasita Ancylostoma braziliense deixa sua pele parecida com um mapa hidrográfico. Seus ovos passam das fezes contaminadas dos animais para lugares quentes e úmidos, como areia de praias ou parques. Sem querer, você já pisou ou sentou em cima.

Sintomas: “A coceira à noite chega a tirar o sono”, diz a dermatologista Luciane Scattone, consultora da MH. Identificar a lesão é fácil: além da vermelhidão, o tracejado na pele fica saliente.

Como se defender: o tratamento é feito à base de pomadas ou por medicação via oral. Como prevenção, dê ao menos uma vez por ano vermífugo aos pets.

  • SARNA

Um ácaro, o Sarcoptes scabiei, é capaz de cavar túneis por dentro da pele e provocar coceira insuportável. A infestação se dá por meio do contato direto com os animais ou indireto, como roupas, cobertas e toalhas.

Sintomas: o estresse pelo desconforto pode fazer os bichos pararem de comer. Sem contar a queda de pelos e feridas pelo corpo. Em você, o sinal é a coceira absurda.

Como se defender: “Para o diagnóstico, é preciso raspar a pele do animal e verificar no microscópio a presença dos ácaros e seus ovos”, explica Parisi. O extermínio é feito por meio de banhos com produtos acaricidas ou aplicação de loções tópicas.

  • PULGAS

Praticamente umas sanguessugas, estes insetos são capazes de pular 1 metro de distância de um hospedeiro para outro. Em proporção humana, o equivalente a atravessar um campo de futebol num salto.

Sintomas: engano achar que coceira é o único sintoma. Os bichos podem apresentar alergias, verminoses, anemia e estresse.

Como se defender: proteja a si mesmo protegendo seu bicho – a higiene dele é a melhor aliada. “Os banhos devem ser frequentes, mesmo no frio”, alerta Schimidt. Seque bem os pelos: a umidade é um prato cheio para a praga, que também pode ser prevenida com coleiras antipulgas ou aplicação de produtos tópicos.

 

Alguns cuidados básicos afastam o risco de doenças

 

Não deixe seu cachorro entrar em contato com outros animais abandonados ou sujos na rua. Se isso acontecer, dê banho logo ao chegar em casa. Esse cuidado é mais difícil no caso de gatos, que vivem soltos, mas fique esperto.

Ponha seus bichos embaixo da água periodicamente: a cada 15 dias, por exemplo. Se optar pelo pet shop, certifique-se da limpeza do local: pentes, escovas e outros objetos devem estar bem limpos para evitar transmissão da sarna.

Proteja-o de pulgas com o uso de coleiras ou com a aplicação de medicamentos especialmente formulados para essa finalidade.

Siga à risca o calendário de vacinação e vermifugação do animal.

Castre seu bicho, a menos que queira filhotes. Animais castrados ficam mais caseiros e correm menos risco de contrair doenças no contato com outros animais soltos. Os machos também deixam de urinar por todos os lados para demarcar seu território.

Evite tocar as fezes de seu cão ou gato. Limpe e lave periodicamente os locais onde ele urina e defeca. Se possível, não deixe que ele durma no seu quarto, na cozinha ou no banheiro.